22/09/2014

[Resenha] Dias Perfeitos - Raphael Montes


Dias Perfeitos

Título: Dias Perfeitos
Autor: Raphael Montes
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 278
Ano de Publicação: 2014



Téo é um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe paraplégica e examinar cadáveres nas aulas de anatomia. Durante uma festa, ele conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Ela está escrevendo um road movie sobre três amigas que viajam em busca de novas experiências. Obcecado por Clarice, Téo quer dissecar a rebeldia daquela menina. Começa, então, uma aproximação doentia que o leva a tomar uma atitude extrema. Passando por cenários oníricos, que incluem um
chalé em Teresópolis e uma praia deserta em Ilha Grande, o casal estabelece uma rotina insólita, repleta de tortura psicológica e sordidez. O efeito é perturbador. Téo fala com calma, planeja os atos com frieza e justifica suas atitudes com uma lógica impecável. A capacidade do autor de explorar uma psique doentia é impressionante – e o mergulho psicológico não impede que o livro siga um ritmo eletrizante, repleto de surpresas, digno dos melhores thrillers da atualidade. Dias perfeitos é uma história de amor, sequestro e obsessão. Capaz de manter os personagens em tensão permanente e pródigo em diálogos afiados, Raphael Montes reafirma sua vocação para o suspense e se consolida como um grande talento da nova literatura nacional.



A história é narrada em terceira pessoa, com foco principal no protagonista Téo, que estuda medicina na faculdade e mora com a mãe. Téo não se relaciona com as pessoas e nunca se interesso por ninguém. Até que um dia conhece Clarice, que é completamente oposta ao que Téo acredita e age. Para fazer com que Clarice o conhece melhor e dê uma chance pra ele, Téo a sequestra para tentar se aproximar dela.
Téo é um personagem doentio e extremamente convicto quanto as suas atitudes. Ele acredita que ações são bem intencionadas e que está fazendo o melhor pra todos com isso. Ele vê Clarice como uma pessoa doce e perfeita, quando ela não se opõe os questiona suas atitudes. Porém, quando ela discorda ou tenta de alguma forma manipula-lo a liberta-la ou fugir dele, ele interpreta as atitudes dela como erradas e acha que ela tem problemas e que está fora de si. Téo acredita que todo esse processo que eles estão passando é necessário e que no final de tudo ele será agradecido pelo que fez.
Durante o decorrer da história acontecem reviravoltas surpreendentes e até mesmo bem chocantes que me fizeram querer parar para dar uma respirada e retomar a leitura o mais rápido possível e descobrir o que acontece em seguida.
A escrita do Raphael Montes é fluida e consegue prender o leitor de forma fácil. A leitura toma um ritmo eletrizante conforme vai se desenvolvendo e o domínio do autor em seguir com a história causa um impacto bem forte, tanto pelo personagem Téo, quanto pelo próprio enredo.
Por ser um livro de autor brasileiro e nos mostrar paisagens do nosso próprio país, mais especificamente do Rio de Janeiro, cria uma certa identificação com o leitor por ser mais fácil imaginar os lugares, já que está mais próximo da nossa realidade.
De modo geral o livro me causo bastante impacto e me choco em diversos momentos. E apesar de tantos elogios que eu tenho a fazer sobre o autor e sobre o obra, a unica coisa que me incomodo foi o final, que seguiu um curso completamente oposto ao que eu queria que acontecesse.  

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